Querido diário:
Há imenso tempo que não escrevia aqui. As férias surgiram na altura certa, contudo os dias foram passando e tal como na altura das férias da Páscoa ou do Natal surge... Não sei a palavra certa... Nostalgia... Hum, não. Desânimo...Talvez. Desejava imenso entrar na universidade e finalmente em 2009 consegui. Os primeiros meses foram o auge, uma alegria, uma satifação total. Depois acalmei, passou aquela fase de euforia, não podia ficar feliz para sempre. Os meses meses passaram, as notas não foram muitos más e só deixei uma cadeira para trás.
Mas agora nas férias de Verão parece que estagnei. Por um lado fantasio com o regresso à universidade, penso como será rever os colegas e poder "ajudar" a praxar os caloiros. Por outro sinto que não aproveitei as férias como esperava e para variar tenho os horários de sono trocados, por vezes tenho dificuldade a adormecer e estou viciada nos canais de tv cabo. Quando chega a altuira de dormir penso que não fiz nada de útil. Passo a vida a soprar, pois aborreço-me com facilidade. Quero voltar a sentir como nos meses de Setembro e Outubro. Quero encontrar novos objectivos, fazer o que mais gosto, porque sinceramente é isto que me faz falta. Entrei na universidade e bum... atingi o extase da minha vida. E os meus objectivos acabam?
Não, não. Isto é apenas o começo. E que tal subir as notas? Melhorar a minha área de trabalho? Aproveitar as férias? Reduzir a lista de programas de tv que acompanho? Escrever neste blog que "abandonaste"?
Beijos,
Uma Rapariga... Decidida.
Sim, porque falar é fácil e fazer é outra conversa.
Querido diário:
As aulas estão a chegar à recta final, as férias estão mesmo, mesmo à porta, os trabalhos, as frequências e as apresentações acumulam-se. Quando chegam as últimas semanas é a loucura total, tanto para fazer e pouco tempo, sem saber como gerir tudo. Isto apesar de desde o inicio do ano lectiovo lectivo algumas datas já estarem marcadas.
Na segunda-feira já tinha anoitecido e estava eu na biblioteca a acabar um trabalho. Felizmente tinha começado a fazer alguma coisa um mês antes, mas tudo a passo de caracol, com poucos progressos. Com isto tudo ainda faltavam algumas informações. O trabalho não era para entregar no dia seguinte (alelulia!) só queria despachar aquilo para ficar descansada e não ter a pressão do tempo. Ainda assim já começava a senti-la.
Confesso que não estava a saltar de alegria por ir para a biblioteca pesquisar e confirmar referências bibliogr´+aficas bibliográficas. Até foi bom ter ido. A minha colega de casa só chegava dias mais tarde. Estava a ficar maluca devido à privação de conversas e companhia.
E fiquei bem acompanhada enquanto fazia o trabalho e consultava livros. Dois rapazes dividiam a mesa comigo. Não perguntaram se podiam, mas também não me importei. Um deles era muito giro, estavam a estudar matemática, geometria ou lá o que era. Quando colocou os óculos ficou engraçado,com um arzinho de marrão, por outro lado mais atraente.
Fomos periodicamente interrompidos pelo toque de telemóvel dos dois. Primeiro um, depois o outro. Da primeira vez olhei para fundo da biblioteca à procura de indício de uma senhora incomodada por terem pertubado o silêncio, mas nada.
Murmurei qualquer coisa.
- Estamos a incomodar, é? - Perguntou o rapaz.
- Não... - "Pelo contrário estou a adorar a companhia" . Respondi em pensamento.
Outra interropção. Rimos todos.
Dessa vez a senhora apareceu e pediu para ele atender lá fora.
De vez em quanto apareciam alguns colegas dos rapazes. Pareciam espantadados com tanta dedicação ao estudo. Enquanto discutiam a matéria com um, olhavam também para mim. O giraço sorriu para mim e eu quase que caía para o lado.
Depois cheguei à conclusão de que já não encontrava mais nada de importante nos livros. Arrumei as minhas coisas. Pensei se devia de despedir-me deles, tipo: "Adeus meninos. Bom estudo" ou simplesmente "Tchau".
Acabei por me ir embora sem dizer nada. (Mais tarde arrependi-me)
Tinha enviado uma mensagem à "Filipa" a contar que estava um rapaz giro estava na mesma mesa que eu, a estudar com um colega.
Mais tarde, à saída da biblioteca recebi um SMS dela:
"Sua Cabra... Pois agora já tou a ver o porquê de tanto atraso nos estudos. ANDAS A OLHAR PARA ONDE NÃO DEVES... "
Minutos depois recebo uma segunda SMS:
"Ui, se fosse comigo piscava-lhe o olho e convidava-o para sair esta noite... Ah, ah tava a brincar, aposto que te riste agora. :D"
:)
Beijos, Uma Rapariga....
A maioria dos professores universitários são da opinião de que não somos obrigados a estar presentes nas aulas. Desde que não pertubem a aula,a porta está aberta para quem quiser entrar ou sair quando lhe apetecer.. Ou até nem pôr os pés na sala. Os dias de avaliação são os mais indispensáveis.
A pensar assim, decidi não ir a algumas aulas.
1º era dia de apresentações de trabalhos
2º estava cheia de sono
3º não era o meu dia de apresentar
4º achei que era uma falta de respeito aparecer e estar lá a dormir. Mais valia dormir na minha cama.
5º No que toca a matéria não ia prestar atenção e já tinha os apontamentos
6º nalgumas aulas não ia fazer nada de especial
Contudo, a opinião de um professor não foi a mesma. Achou uma falta de respeito algumas pessoas não assistirem às apresentações dos colegas.
Compreendo a perspectiva dele, mas assitir às apresentações e não estar a dar atenção aos colegas também é falta de respeito.Enfim...
O que acham?
Apesar de desactualizado, não podia deixar passar esta data em branco...
Diário - 2 anos
96 posts
541 comentários
20237 visitas
E de actualizar também a minha idade:
Há pois é...
20 anitos...
Quase 13 anos de escola
1 ano sabático
2 curtes
0 namorados...
e pouco juízo
Já lá vão quase 7 meses desde que comecei a estudar na universidade, numa cidade diferente escolhida por mim. Mentiria se dizesse que desde esses meses todos,esta é a 1ª vez que sinto saudades dos amigos e família. Nos primeiros meses, estava tão feliz, entusiasmada a aproveitar ao máximo...Era novidade e estava tão ocupada a conhecer este novo mundo que quase nem pensava em quem estava "lá".
Por "cá" divertia-me com os meus colegas de curso. Novas disciplinas, nova escola, novo ambiente, praxes, intervalos passados a jogar às cartas, jantares de turma, saídas à noite... Aí comecei a sentir falta de "algo" ou melhor alguém.Quase todas as vezes que saía à noite fazia-lo com a "Filipa" a minha melhor amiga, ela dava-me um empurrazinho ou um incentivo e eu lá começava a dançar, dançavámos as duas à nossa maneira.
Nesta nova cidade, neste bar olho à minha volta, todos parecem dançar animados. Todos têm uma l"igação especial" a que se pode chamar amizade com a pessoa que estão a dançar.Divertem-se a dançar a um estilo inventado por eles. Também dançam em grupos. Contudo por mais que me esforço, sinto-me excluída. Não sinto ligação com ninguém e o estilo a que dançam não é o que sei dançar. Pior. Falta-me a minha "cara metade nocturna" para partilhar dança e estilo. Danço sozinha, sim. Mas dançar com os amigos é muito melhor.
Compras... Vou ao centro comercial comprar com a minha mesada roupa para vestir no jantar de turma, combinado à última da hora. Passeio pelas lojas, procuro algo para exprimentar. Escolho o que gosto sem ser influenciada. Tiro 2 números de cada peça de roupa para não estar constantemente a sair do provador. Enquanto exprimento as roupas, a indecisão invade-me. Levo, não levo...Com a mesada só posso levar X ou Y e Z. Mãezinha que falta me fazes... Preciso dos teus conselhos de moda e das tuas conversas de mãe: "O empregado da loja é jeitoso, não é? Ai, que belo genro que dava..."
Crianças...Nas meninas que passam na rua, no supermercado, que saem da escola vejo o rosto da minha irmã. Outras vezes ao lavar loiça, a fazer seja o que for lembro-me de um episódio engraçado protagonizado por ela. Rio-me sozinha e é difícil parar, continuo a achar tanta piada como na altura em que aconteceu. Orgulho e uma mana crescida babada é o que a minha colega de casa vê.
Colegas novos... Desconhecidos... É normal que muitas das pessoas que conheço e vejo "cá" me recordem amigos e pessoas da família, seja pelos traços físicos, gestos, cheiro... A voz que é parecida com a de um colega do liceu. O rapaz que tem um sorriso igual ao primo B. Por vezes troco os nomes, trato-os pelo nome da pessoa que me fazem lembrar.
Mas se uns me recordam outros. Há outros que são personagens completamente novas e que psicologicamente não os "associo" a álguém que já tenha conhecido. É o A, a C... sim plesmente eles e mais ninguém :)
Na cidade onde estou a estudar e a morar, vivem mais de 50 mil pessoas. E sinto-me mais só do que quando estou na minha casa sozinha.
Na universidade, na escola onde estou estudam uns 3 mil, ainda que uns 25 falem e interagem comigo, continuo a sentir-me sozinha. Como é que é possível?
Sites interessantes (ou não)
Blogosfera
Coisas de quem bate mal, etc e tal...
M :) [escritora consagrada ou não xD]
Os adolescentes também têm problemas!